Capítulo 14 - Onde Estará Tixa?

Bety: Olá filhota, vamos deitar que já é muito tarde e você tem de levantar cedo.

Tixa: Olá mamã, vou sim, estou cheia de sono.

Bety: Você quer me dizer onde esteve este tempo todo com Tixa, ou vai me contar mais uma das suas histórias? Não tem consciência não, que a menina precisa levantar cedo amanhã?

Martins: Hei, espera aí mana, ela esteve comigo e eu não sou nenhum bicho papão. Vou mas é deitar também, me deixa em paz.

Bety: Alô!

Márcia: Martins está aí?

Bety: Quem deseja falar com ela?

Márcia: Isso não lhe interessa, está ou não?

Bety: Vai me desculpar, minha senhora mas nada lhe direi se não souber quem deseja falar com ela.

Márcia: Márcia, diz-lhe alguma coisa?

Bety: A mim não mas assim poderei anunciá-la. Só um minuto, por favor.

Martins: Como é que você se atreve a ligar para aqui?

Márcia: Olha, menina só lhe dou tempo até ao fim do mês, caso contrário irei atuar de outra forma.

Martins: Dois meses, dois meses e resolvo tudo.

Márcia: Assim seja. Mas não passa daí, isso lhe garanto eu.

Tixa: Que lugar é este, Dª Márcia? Porque me foi buscar na escola?

Márcia: Primeiro, eu não sou Dª Márcia e sim Márcia só, você e eu somos grandes amigas, não é? E em segundo quero lhe mostrar uma coisa. Você já foi a alguma loja de brinquedos?

Tixa: Não, isso não, nunca.

Márcia: Então vamos entrar logo.

Tixa: Mas minha mãe vai ficar brava comigo quando ver que eu não chego no autocarro da escola.

Márcia: Não se preocupe, eu trato disso.

Márcia: Vou comprar o jogo “MySims” para você se divertir lá em casa.

Tixa: Mas Márcia, você não precisa fazer isso.

Márcia: Preciso sim porque eu quero lhe oferecer.

Tixa: Obrigada então, amiga!

Márcia: Ah! Assim gostei.

Bety ligando para a escola: Senhora, quer me dizer porque Tixa não veio no autocarro da escola, passasse alguma coisa?

Srª: Julgo não se passar nada, simplesmente uma senhora veio buscá-la de carro.

Bety: Como assim uma senhora, quem era essa senhora e quem deu autorização?

Srª: A senhora chamava-se Márcia e a sua filha disse que a conhecia muito bem, que era amiga dela e de sua tia Martins, por isso não vi inconveniente em deixa-la ir.

Bety: Que história é essa? Se não encontrar minha filha, vou mandar-vos prender.

Tixa: Urso grande, este, já imaginou se eu tinha um destes no meu quarto?

Márcia: Vamos comprar ele?

Tixa: Nossa, minha mãe me matava se visse eu entrando com um bicho desse tamanho.

Bety: Martins, onde você está, venha cá depressa, sua irmã desnaturada.

Martins: Já vou, já vou, porquê tanta gritaria?

Bety: Você sabe, por acaso, porque é que minha filha, não está em casa a esta hora?

Martins: Eu não, porque havia de saber? Por acaso a filha é minha?

Bety: Não, a filha não é sua, por isso não tem nada que sair com ela, como ontem fez e veio às tantas da noite.

Márcia: Vamos, pequenina, já está ficando tarde e você ainda não comeu nada.

Tixa: Ai, meu Deus, pois é, já está anoitecendo.

Bety: E quem é essa tal de Márcia, você sabe-me dizer?

Martins: Márcia? Não, não sei não, nunca ouvi falar.

Bety: Ai, não? Então porque é que eu liguei para a escola e me disseram que uma tal de Márcia foi lá buscá-la e Tixa confirmou que vocês se conheciam e que inclusivé ela era amiga de vocês as duas? O que é que se passa aqui que eu não sei e deveria saber?

Márcia: Vamos embora, querida, se você não quer mais não faz mal. Vamos que já é hora de ir para casa que amanhã tem de levantar cedo.

Martins: Não se passa nada não, viu. E eu não sei que é essa tal de Márcia que você está falando, não conheço Márcia nenhuma.

Bety: Olha que você não me minta, hem! Porque eu sei perfeitamente que quem lhe ligou hoje a pedir para falar consigo foi uma tal de Márcia.

Bety: Alguém chegou. Deixa ir ver!

Bety: Tixa, querida, por onde você andou filha?

Tixa: Márcia foi-me buscar à escola e me levou à loja de brinquedos, olha só esse urso grandão que ela me ofereceu!

Márcia: Boa noite! Deduzo que seja Bety, muito prazer!

Bety: Muito lindo! Agora quero que vá deitar. Não esqueça de lavar os dentes.

Tixa: Está bem mamã.

Bety: Quem lhe deu o direito de ir buscar Tixa à escola e aparecer com ela só agora?

Márcia: Martins, foi Martins.

Bety: Mas… vou deixá-la entrar para podermos conversar melhor, assim tiramos pratos limpos.

Bety: Agora que estamos aqui as três, eu quero saber o que é que se passou hoje.

Márcia: É simples, eu pedi autorização a Martins para sair com sua filha e ela permitiu. Foi assim, ou não foi, Martins?

Martins: Bem… eu… bem, parece que sim, foi isso foi.

Bety: Não estou entendendo. Como é que você deu permissão para uma coisa dessas se você nem conhece Márcia?

Martins: Não conheço? Ah! Afinal conheço sim. É, conheço.

Bety: Mas você ainda há pouco me disse que não conhecia, como explica isso?

Martins: Ah, eu me esqueci desta aqui.

Bety: Está brincando comigo, mana? É, só pode. Como vai deixar uma pessoa que mal conhece, sair com minha filha?

Márcia: Eu explico. Eu e Martins nos conhecemos muito bem, somos até amigas. É, ou não é, Martins?

Martins: Ah… é sim.

Márcia: Nos conhecemos há muito tempo. Um certo dia, ía eu passando na escola quando deparei com elas e Martins me apresentou Tixa. Aí passei a visitar Tixa todos os dias porque moro lá perto e ficámos também amigas. Daí eu lembrei-me de convidar Tixa a visitar a loja de brinquedos e pedi a Martins. E foi o que se passou.

Bety: E como é possível, eu ter perguntado a ela se sabia de alguma coisa e ela ter dito que nem a conhecia?

Márcia: Não sei não. Vai ver ela sofre de amnésia.

Bety: E como pode este tempo todo Tixa nunca me ter dito nada?

Márcia: Não vai pôr as culpas agora na coitadinha, são crianças, vai ver nem lembrou falar de mim.

Bety: Basta, por hoje chega. E Dª Márcia lhe informo que está proibida de sair com a minha filha, seja para onde for. Não confio mais em vocês as duas. Há coisas que não batem certo. Passar bem, Dª Márcia!

Márcia: Até uma próxima, Dª Bety!

Martins: O que é que você foi fazer? Está doida ou quê?

Márcia: Quem, eu? Não faça o que prometeu que ainda faço pior. Isto foi só uma ameaça.

Martins: Rrrrrr…